Esse fato me deixou chateado, porque eu até prentendia ir no Planeta Terra desse ano - ano retrasado não fui por pura burrice/preguiça e ano passado porque eu estava no meio do meu “retiro sabático/jornada espiritual” em Piçarras.
Meu colega de banda já havia dito há algumas semanas que iria comprar os ingressos sem falta ontem pois não queria correr o risco de ficar sem. Ainda não falei com ele para saber se ele logrou ou não, mas achei, na época, que ele estava sendo um pouco precipitado e neurótico. Ano passado os ingressos esgotaram bem antes da data do evento, mas rodaram aí pelo menos uns 2 meses sendo vendidos – lembro quando o quarto e último lote esgotou e eu me senti a pessoa mais burra do mundo por não ter comprado antes, porque tive várias oportunidades. No final das contas, pra mim acabou sendo indiferente porque eu já nem estava por aqui, mas a questão não é essa.
Não é a primeira vez que isso acontece, então eu não me espantei. O problema é que eu acho odioso todos os perrengues pelos quais temos que passar para poder se divertir por essas terras tupiniquins. Lazer, cultura e entretenimento (com alguma qualidade) ainda são privilégios da classe-média e média-alta (classes mais elevadas não têm esse tipo de preocupação, elas têm acesso ao que quiserem, aqui ou lá fora). Mesmo assim, ainda é custoso demais poder apreciar essas coisas, até para quem tem condições para isso.
Digo custoso porque não estou falando somente de dinheiro. Estou falando de nos submetermos (conscientes ou não) a vários tipos de abusos morais para poder usufruir destes momentos de lazer. Desde os preços exorbitantes (de TUDO, não apenas dos ingressos), até ter que lidar com cambistas safados, ter dificuldades de locomoção e acesso, se preocupar com segurança, ter de pagar (caro) por tudo e ter produtos e serviços cuja qualidade não condiz com o valor pago. Gastamos muito para poder “curtir”. Perdemos horas em filas, na frente do computador, no telefone; o stress que passamos e o trabalho que temos é desproporcional aos valores monetário e temporal da diversão. É tudo muito ridículo e parece que estão sempre a rir das nossas caras enquanto lucram com isso.
Eu já me cansei dessa situação e por isso resolvi fazer uma análise mais profunda sobre esse assunto. Como é um tema amplo e que envolve muitas coisas mesmo, eu vou postar minhas análises e opiniões em partes, cada uma sobre um ponto ou aspecto mais específico. Então esse vai ser o primeiro tema recorrente do blog: as garras da “indústria de entretenimento”.
Já estou preparando o primeiro texto e pretendo postar na sexta-feira.
Por ora, é isso.
Abraços,
Gab
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