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sábado, 7 de janeiro de 2012

Fakebook

OK, a cena é essa:

25 de Novembro de 2011, em um ato de desespero total, eu encerro minha conta do Facebook.
"Por que???" se indagam milhares de pessoas ao redor do globo. Meu Deus, que tragédia!!!

Tá, não foi nem de perto tão dramático ou engraçado assim. Foi meio tosco isso sim. Eu juro que pensei duas vezes. Mentira, foram umas 20. Mas no final das contas, deixei meu lado controlador de castigo e resolvi dar ouvidos ao meu lado impulsivo (coisa que vinha praticando há um par de anos). Afinal de contas, não tinha nada a perder mesmo. Ou tinha?

Vamos ver...
- Uma lista com uns 206 "amigos" (que JURO, só uns 3 devem saber de fato o dia do meu aniversário, ou me deram parabéns no dia certo, apesar de eu não ter colocado no face)
- umas 90 fotos minhas (pra mostrar que eu sou "cool" e descolado, tenho um senso de humor peculiar e era uma graça quando criança)
- umas cento e poucas fotos de amigos em que estou marcado
- 2 ex-namoradas com quem eu mal falo hoje e apesar de gostar muito de ambas (como pessoas e amigas), ainda mantenho aquele relacionamento estranho, esquisito, meio bizarro e um tanto mais distante do que eu gostaria

Pô, pera, é isso mesmo? Toda essa dúvida em deletar o Face, por causa DISSO? É, acho que é isso mesmo. Veja que no fim das contas não foi muito difícil decidir se valia a pena manter essa budega no ar ou não.

Então resolvi tentar. Na verdade, eu já bem sabia que cedo ou tarde eu ia reativar minha conta (porque o Face é tão malandro que ele não apaga imediatamente sua conta, só "congela" ela. E decidi que se não fosse levar isso a sério (de nunca mais ter uma conta no Face), que pelo menos seria um tipo de "experiência".

E o que posso dizer sobre isso tudo?

Bom, meus dias sem Face não foram melhores do que os dias com. Na verdade, foram, mas porque eu resolvi sair mais de casa, ir pra rua, me divertir mais. Esse foi um dos melhores finais de ano que eu tive há tempos, se não o melhor. E o Face não fez diferença nenhuma.

Confesso que nos primeiros dias sem entrar eu fiquei meio inquieto, mas depois do terceiro dia, eu percebi que tenho uma vida de verdade, que não é virtual. E que a vida virtual é uma merda mesmo.

Se tem uma coisa que eu tenho que confessar que senti falta foi de espiar a vida alheia como um maldito voyeur tarado e psicótico. Ah, isso sim é prazer sublime, sádico e silencioso. (Vish...)


Hoje eu acabei, por impulso também, reativando minha conta. Sabe, eu ando instável esses dias. E tive uns sonhos estranhos (MUITO ESTRANHOS) essa noite, e resolvi ver como anda o mundo paralelo das internet. A real é que acabei entrando só pra dar uma de stalker mesmo.

E bom, pra ser bem sincero, foi um misto de prazer com decepção. Quer dizer, na verdade mesmo não aconteceu nada de extraordinário nesse meio tempo que eu fiquei sem logar. Uns cortes novos de cabelo, fotinhos de perfil séczy, e claro, albuns lotados com fotos do Natal, Ano Novo e praia. Exatamente o que eu esperava encontrar.

E aquelas postagens bobas de sempre. E attention whores. E um mar de felicidade pasteurizada e mentiras coloridas. E as bobagens pseudo-intelectuais de sempre. E achar que postar alguma coisa no mural do Face vai mudar o mundo. E as pessoas que sempre vêm com aquele "Que saudade" mas só te procuram no Face (esquecem que você ainda tem casa, telefone, celular, e-mail). E todo mundo que fala "Nossa, você sumiu!"... bom, em relação a isso eu nem comento nada.

De verdade, a única coisa que me pegou desprevinido mesmo, que foi um choque de verdade, foi essa "timeline". Bom, Facebook que é bom te deixa desconfortável e perdido de tempos em tempos. Senti a mesma coisa que eu senti quando tinha acabado de migrar pro Face. Não entendia nada, tudo parecia ilógico e desconexo. Mas aos poucos você vai achando o seu caminho.

E aí começa aquela enxurrada de posts desnecessários e pinturas ardilosas da sua incrível vida medíocre que parece um filme da sessão da tarde.

É, nada mudou. Vou continuar sem olhar na cara dos meus 200 "amigos". Porque tem uma meia dúzia que eu ainda consigo ver pessoalmente.