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segunda-feira, 13 de junho de 2011

600 Mb é bastante coisa

O último CD que comprei foi a 2 semanas, achei em promoção por 19,90 no Submarino e comprei sem pensar 2 vezes...
Faz tempo tenho essa de comprar pelo menos um CD de alguma banda que goste, mas aí começo a contar as bandas e os CDs e me desanima... Fora que tem várias bandas desconhecidas que eu ia ter que mandar importar a salgados dólares... E também que os últimos CDs que eu comprei eu acabei descobrindo que eu só gostava de umas 2 músicas e nem ouvi mais.
Num último argumento a favor das bandas, decidi que devia comprar álbuns que eu já tinha ouvido bastante, mesmo que não fosse ouvir mais, como forma de pagar o benefício passado. Mas aí pensei nas prateleiras e prateleiras que ia ter que usar para guardar tanto CD que eu não ia mais ouvir, no pó que ia juntar... Pensei então em comprar o disco digital na Internet. Mas aí não ia ter graça, eu não ia ter o encarte, não ia ter as fotos... Enfim, eu nunca me decido... Mas já é um passo eu ter comprado esse CD!
Outra coisa que fiz foi não me segurar na hora ir em shows e comprar lembranças... comprei uma camiseta do Iron por salgados 70 R$ no último show, e gostei bastante dela...

...

Esse CD em promoção que comprei me deu uma experiência interessante... Com os downloads de músicas tão fáceis, o ato de ouvir música virou meio que um ato de pesquisa, mais do que um momento de prazer. Eu fico ávido por conhecer novas bandas, por conhecer um som diferente, um som que expresse alguma idéia ou sensação que eu não consigo traduzir de outra forma, que eu não entenda muito bem, alguma batida diferente, algum uso criativo de instrumentos... E como nunca estou satisfeito, acabo nunca parando para curtir um álbum com calma.
Pois bem. Meu mini-system (aqueles aparelhos gigantes que a gente achava legal porque tinha uns detalhes cromados e rodava 3 discos dentro e que você trocava de um pra outro apertando uns botões) tem uns 8 anos de idade e não funciona mais. Estava com preguiça de ligar o computador, então resgatei nada mais nada menos que um disc-man!


Então fui lá, tirei a poeira do bicho, sentei na cadeira, peguei o encarte e fiquei lá ouvindo faixa a faixa acompanhando as letras com o encarte. As músicas nem eram daquelas sensacionais que eu digo "nossa, que achado!", até já enjoei da maioria, mas na hora senti que desenvolvi outro tipo de conexão com elas. Trata-se de uma disposição a ficar 40 minutos sem fazer nada além de ouvir e entender aquelas músicas que impõe mesmo um ritmo mais lento, uma forma diferente de ouvir música, um relacionamento mais íntimo ouvinte-artista.

Claro que tive a sorte do CD ser bom. Se fosse uma porcaria, não estaria escrevendo isso. Tem sempre o risco de comprar o álbum e não gostar. Por isso a proposta de comprar só CDs que você já sabe que gosta. Mas aí você não tem a experiência de descoberta que eu tive, e o CD vai direto pro armário... Enfim, não sei.  Compre produtos das bandas que você gosta, vá aos shows, compre CDs, divulgue o trabalho delas. E acho que a conclusão mais diferente do post: valorize e reconheça o fato de que há maneiras diferentes de apreciar música que não baixando gigas e gigas dentro do seu Ipod sem nem ouvir metade. O que não quer dizer que você não deva pesquisar bandas e ter músicas no HD que você não ouve porque não gostou e não deletou ainda.

...

Ah, o CD que eu comprei foi o Begin to Hope, da Regina Spektor.

sábado, 11 de junho de 2011

O paradoxo do consumo de lazer, entretenimento e cultura

Seja sincero: qual foi a última vez que você comprou um CD de música original?

Quantas músicas ou gigabytes em arquivos de música você tem no seu computador?

Você costuma pagar de R$30,00 a R$50,00 reais em um DVD original ou opta por pagar R$2,00 a R$3,00 em um "paralelo"?

E mesmo assim reclamamos do preço das entradas de cinema e teatro, dos ingressos de shows, etc...

Mas será que tudo isso é injustificado?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

(para descontrair) Falta de tempo!

Você, como toda pessoa normal que vive essa vida maluca nesse país sem vergonha, nessa sociedade capitalista pós-moderna (prefiro o termo hipermoderna, mas isso não vem ao caso), provavelmente já se queixou da falta de tempo. Já desejou ter mais tempo hábil para fazer as coisas? Eu não sou vidente, mas acho que sim!

Entre correr de um lado para o outro entre compromissos - enfrentando o trânsito, CLARO - pegar filas e mais filas em todos os lugares, não achar vaga nem na rua nem em estacionamento, você se pergunta porque o dia não tem mais horas?

Você acha que se engolir rápido as refeições vai ter mais tempo de assistir televisão ou gastar suas preciosas horas livres vadiando no facebook e twitter conferindo os mais recentes eventos e acontecimentos pelas redes sociais.

Você até que gostaria que sua atividade favorita fosse remunerada, mas ela ainda é considerada um hobby. Então você perde muito tempo do seu dia "trabalhando" e ainda tem que gastar mais tempo ainda para ficar  postando sobre aquele sorvete que acabou de tomar, contando sobre o ônibus que perdeu, comentando sobre a chuva ou os incríveis ventos de terça-feira que só você presenciou.

Você passa horas em casa com preguiça de fazer suas tarefas e isso consome tanto do seu tempo que você nunca está disponível para sair com os amigos. Você adianta o seu relógio em, sei lá, 5 ou 10 minutos para não se atrasar, mas sempre acontece "alguma coisa" que faz com que você só saia de casa pelo menos uma meia hora DEPOIS do horário marcado para qualquer compromisso - e isso pelo horário correto.

Mesmo com todos os seus esforços, parece que o relógio sempre vence, não é mesmo? E você nunca consegue fazer tudo o que quer ou tudo o que PRECISA fazer. Alguma vez, já parou para pensar qual a causa disso?

Depois de muita pesquisa e investigação nesse campo, eu já estava ficando sem esperanças e quase me rendendo à idéia de que esse é um fenômeno inexplicável de origem desconhecida. Mas hoje eu tive um insight e fui conferir. Conferi uma, duas, dez vezes. Mudei as variáveis e conferi de novo.

Finalmente descobri QUEM (ou no caso, "o que" mais especificamente falando) está roubando o seu (meu, nosso) tempo! É o YouTube! Pã pã pããããã...

Aí o manolo pensa: "O que será que ele quer dizer com isso? Que eu gasto tempo demais vendo coisas inúteis no YouTube? Mas eu não vejo coisas inúteis, só gatos fofos, cachorros fofo, crianças fofas, piadas ruins, compilações de video-cassetadas, pessoas toscas que fazem todo tipo de coisa tosca... Só vejo as coisas interessantes!"

Mas não, não é isso - apesar de quem sabe talvez, só talvez, parar de ficar o dia inteiro na frente do computador seja uma boa idéia. O que eu descobri é mais assustador! O YT literalmente SOME com o tempo. Vá em qualquer vídeo e preste MUITA atenção no timer do video. O PENÚLTIMO segundo de qualquer video é simplesmente inexistente. Não acredita em mim? Faça o teste... abra um vídeo de qualquer duração, deixe ele carregar até o final e assista... quando estiver chegando ao fim, fique atento ao contador e verá que ele não marca o penúltimo segundo!

Já pensou quantos videos você viu no YT? Já pensou quantos segundos perdeu na sua vida inteira por causa do YouTube? Pois é, é bom pensar.

Agora eu tô pensando o que vou fazer com essa descoberta. Acho que vou levar para alguns jornais e tentar fazer um estardalhaço, as pessoas precisam se conscientizar! Penso até em entrar com uma ação contra o Google.

Será que eu ganho um Nobel com essa descoberta?

Eu não vou ver Strokes em novembro

Ontem os ingressos para o Planeta Terra se esgotaram em menos de 14 horas, segundo o site oficial do evento – e vários sites andaram reproduzindo a notícia em tom de alarde. Quanto tempo exatamente levou pouco importa, pois já não há um ingresso vendável para ver Strokes tocando no Playcenter dia 5 de novembro.

Esse fato me deixou chateado, porque eu até prentendia ir no Planeta Terra desse ano - ano retrasado não fui por pura burrice/preguiça e ano passado porque eu estava no meio do meu “retiro sabático/jornada espiritual” em Piçarras.

Meu colega de banda já havia dito há algumas semanas que iria comprar os ingressos sem falta ontem pois não queria correr o risco de ficar sem. Ainda não falei com ele para saber se ele logrou ou não, mas achei, na época, que ele estava sendo um pouco precipitado e neurótico. Ano passado os ingressos esgotaram bem antes da data do evento, mas rodaram aí pelo menos uns 2 meses sendo vendidos – lembro quando o quarto e último lote esgotou e eu me senti a pessoa mais burra do mundo por não ter comprado antes, porque tive várias oportunidades. No final das contas, pra mim acabou sendo indiferente porque eu já nem estava por aqui, mas a questão não é essa.

Não é a primeira vez que isso acontece, então eu não me espantei. O problema é que eu acho odioso todos os perrengues pelos quais temos que passar para poder se divertir por essas terras tupiniquins. Lazer, cultura e entretenimento (com alguma qualidade) ainda são privilégios da classe-média e média-alta (classes mais elevadas não têm esse tipo de preocupação, elas têm acesso ao que quiserem, aqui ou lá fora). Mesmo assim, ainda é custoso demais poder apreciar essas coisas, até para quem tem condições para isso.

Digo custoso porque não estou falando somente de dinheiro. Estou falando de nos submetermos (conscientes ou não) a vários tipos de abusos morais para poder usufruir destes momentos de lazer. Desde os preços exorbitantes (de TUDO, não apenas dos ingressos), até ter que lidar com cambistas safados, ter dificuldades de locomoção e acesso, se preocupar com segurança, ter de pagar (caro) por tudo e ter produtos e serviços cuja qualidade não condiz com o valor pago. Gastamos muito para poder “curtir”. Perdemos horas em filas, na frente do computador, no telefone; o stress que passamos e o trabalho que temos é desproporcional aos valores monetário e temporal da diversão. É tudo muito ridículo e parece que estão sempre a rir das nossas caras enquanto lucram com isso.

Eu já me cansei dessa situação e por isso resolvi fazer uma análise mais profunda sobre esse assunto. Como é um tema amplo e que envolve muitas coisas mesmo, eu vou postar minhas análises e opiniões em partes, cada uma sobre um ponto ou aspecto mais específico. Então esse vai ser o primeiro tema recorrente do blog: as garras da “indústria de entretenimento”.

Já estou preparando o primeiro texto e pretendo postar na sexta-feira.

Por ora, é isso.

Abraços,
Gab

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sim, mais um

Obrigado Gabs, primeiro por ler meu blog, e principalmente por gostar dele. Fico feliz de verdade que ele tenha te inspirado! E também por esse novo blog, por acreditar que juntos podemos produzir coisas boas.

Vou dar minha primeira contribuição com um pouco sobre pensar, escrever e compartilhar idéias:

Essa coisa de pensar, realmente cada vez mais acredito que é importante saber estruturar suas idéias com começo, meio e fim, e de maneira capaz de convencer seus leitores.

Tive uma época de devaneios, de pensamentos lá longe, sem contorno, sem estrutura e com alta carga intuitiva. Pensamentos difíceis de traduzir e de expor em palavras e que são, por consequencia, pensamentos que só ficam presos dentro de mim, e que nunca posso compartilhar.

Por mais que esses pensamentos um dia tenham feito sentido para mim, é preciso reconhecer que vivo em sociedade, e que nesse contexto uma idéia que não pode ser compartilhada nem compreendida por terceiros não tem valor senão para retro-alimentar um mundo em que só minhas idéias têm voz. Um mundo isolado, em que as idéias apenas são refraseadas e reafirmadas, com frequencia de renovação baixa demais para ser considerado saudável.

Por isso não é a toa que meu blog ultimamente tenha tido mais conteúdo dissertativo, mais pequenas histórias, mais opiniões concretas sobre assuntos mais próximos da realidade. E também não é a toa que eu tenha escrito lá com frequencia, porque tenho tantos pensamentos dentro de mim que sinto que consigo traduzir cada vez melhor; sinto que consigo achar cada vez mais pensamentos próximos da vida em sociedade, cada vez mais pensamentos agradáveis para mais gente. Tudo isso porque entendo que compartilhar é renovar. As idéias têm que circular, assim como a água e o ar circulam pelo mundo. É com isso que espero contribuir neste blog!

Antonio

sagaz e mordaz... mais um blog?

Esses dias eu estava lendo e relendo umas coisas que postei no delícias do gab e também lendo alguns blogs de amigos, particularmente de um grande amigo meu, o Antonio e notei que ele também anda postando coisas no blog dele com alguma frequência.

Eu tenho o meu blog pessoal já faz algum tempo (8 anos para ser exato) e ele já passou por tantas mudanças (de provedor, de endereço, de nome, de conteúdo). Hoje ele meio que serve para eu postar minha parca produção literária digna de um pseudo-aspirante a poeta. E eventualmente eu conto algum caso ou desabafo.

Já me disseram antes para eu começar a escrever sobre temas específicos em vez de apenas publicar poemas ou coisa parecida. Para ser bem sincero, acho que faz muito tempo que eu não escrevo uma dissertação ou algo do gênero. Nem ensaios, contos ou coisa parecida.

E vendo os posts do Antonio, me animei a finalmente montar um blog com essa característica: escrever sobre alguma coisa mais "concreta", com começo, meio e fim, expondo um ponto de vista, defendendo uma opinião - ou propondo uma reflexão.

Como fui inspirado por ele, resolvi chamá-lo para colaborar com o blog e postar aqui também. A princípio não há nada definido quanto à frequência das postagens, quem posta o quê, etc, mas essas coisas vão se arranjando.

Eu escolhi esse nome porque gosto de pensar e consequentemente, de fazer as pessoas pensarem. Gosto de humor ácido e ao mesmo tempo perspicaz - sutil ou não. Não gosto de piada pronta ou texto mastigado. Gosto do exercício de observar, analisar, abstrair. Minha intenção é que os textos publicados aqui possam instigar a curiosidade de quem lê, mostrar uma outra perspectiva, incentivar a reflexão - ou simplesmente entreter por alguns minutos ou horas.

Ainda essa semana eu vou postar o primeiro texto e dar mais detalhes de como vai funcionar aqui. Aguardem.

Abraços a todos,
Gab